Biosseguridade e ferramentas de controle sanitário
Capítulo 5
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no controle de determinadas doenças, a praticidade em medicar estrategicamente os animais
em muitas granjas em uma certa idade, as limitações estruturais de determinados sistemas de
produção, além da disponibilidade de medicamentos adequados às diferentes formas de uso.
Tabela 1: Vantagens medicação via água e via ração.
Vantagens da medicação via água
Vantagens da medicação via ração
•
Normalmente os animais clinicamente do-
entes consomem menos ração, mas con-
tinuam bebendo água, principalmente nas
doenças entéricas. Dessa forma, o trata-
mento via água muitas vezes é usado como
medicação curativa, enquanto na ração uti-
liza-se preferencialmente a preventiva.
•
Na medicação via ração observa-se maior
risco de contaminação cruzada, nos mis-
turadores, silos e caçambas de transpor-
te, elevando-se os riscos para segurança
alimentar.
•
Podem ser utilizadas em granjas que não pos-
suem sistemas hidráulicos adequados para o
tratamento via água de bebida.
•
O sucesso não está condicionado à qualidade
da água
•
Uso mais prático, não sendo necessário incluir
o medicamento em uma quantidade de veículo
suficiente para vários dias.
•
Em tratamentos de mesma duração, o custo da
medicação via ração (custo/g de princípio ativo)
é menor que via água de bebida.
•
O desperdício de água pode elevar significativa-
mente o custo do tratamento.
Para a medicação via água pode ser utilizada a diluição do princípio ativo diretamente na
caixa d’água ou o aparelho dosador (figuras 18 e 19).
5.6.2. Controle de endo e ectoparasitas
Em sistemas de manejo onde os animais são criados 100% confinados e não têm
acesso à terra, praticamente se reduziram a zero os problemas de verminoses, já que
nesses sistemas são adotados procedimentos de limpeza e desinfecção que impedem
que o ciclo de vida dos endoparasitas (vermes) se complete, impossibilitando, assim, sua
disseminação.
Em sistemas de manejo, nos quais alguma fase de criação tenha contato com a terra
ou material orgânico por tempo prolongado, como é o caso de criações ao ar livre – SISCAL
– ou mesmo criações que utilizam cama sobreposta, deve-se dar mais atenção a possíveis
infestações por vermes, principalmente em animais mais jovens.
Um bom acompanhamento pode ser feito durante as monitorias de abate, pois. na
maioria das vezes. uma das fases do ciclo passa pelo fígado do suíno e provoca lesões que
poderão ser observadas no abate.
No caso de ectoparasitas, principalmente sarna, todos os sistemas de manejo estão
suscetíveis à infecção. Também podem ser monitorados no abate, ainda que a avaliação
visual das fêmeas gestantes seja bastante conclusiva. Mas o diagnóstico mais efetivo atra-
vesse dá a partir de raspados de pele, a serem realizados na introdução de animais na
granja (quarentena) de forma a impedir a contaminação do plantel, e mesmo nos animais
já em produção (gestação) para se avaliar o grau de infestação do rebanho.
Para todo o controle de endo e ectoparasitas, é necessário que se consulte um médi-
co veterinário , bem como se utilizem os produtos registrados no MAPA.