Efeitos dos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres no Brasil
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Informações adicionais devem estar anexa-
das a cada uma das seguintes amostras:
i. origem da florada predominante (silvestre ou
monofloral);
ii.tipos de pesticidas usados na colmeia;
iii. tipos de cultura do entorno;
iv. tipos de agrotóxicos utilizados nas culturas;
v. época de aplicação dos agrotóxicos (data e
horário).
6.3.6 Sexta etapa – procedimentos para
análise do mel, do pólen e das abelhas
Segundo Pittella (2009), várias metodologias
utilizadas para a determinação de resíduos de agro-
tóxicos são baseadas em métodos cromatográficos,
técnicas utilizadas para a separação dos componen-
tes de uma mistura. A separação cromatográfica é
baseada na distribuição dos componentes entre a
fase estacionária e a móvel, e resulta das diferen-
ças de velocidade dos componentes arrastados pela
fase móvel devido às diferentes interações com a
fase estacionária (PERES, 2002).
Os agrotóxicos são agrupados por técnicas
de análise e detecção, sendo os organoclorados
normalmente analisados por cromatografia gasosa,
com detector de captura de elétrons (GC-ECD), os
organofosforados e nitrogenados por cromatografia
gasosa com detector fotométrico de chama (GCFPD)
ou nitrogênio-fósforo (NPD) e os carbamatos pelo
uso de HPLC com detector no UV/Vis ou fluorescên-
cia (RIAL-OTERO, 2007).
Os resultados obtidos por Pitella (2009) levaram
à escolha do Acetato de Etila como solvente para a
preparação das soluções de padrões de agrotóxicos
e para ressuspensão dos extratos das amostras.
Devido à complexidade da matriz e aos bai-
xos níveis de concentração em que os agrotóxicos
são encontrados, a preparação das amostras é uma
importante etapa da análise para a obtenção de re-
sultados confiáveis (RIAL-OTERO, 2007). O preparo
das amostras demanda técnicas de extração e con-
centração dos analitos para atingir os limites de sen-
sibilidade dos equipamentos e/ou a eliminação dos
possíveis interferentes. Do ponto de vista prático,
a extração líquido-líquido, usando Acetato de Eti-
la, apresentou melhores respostas cromatográficas
(PITTELLA, 2009).
a)
Mel
O protocolo de extração estabelecido por Ris-
sato et al. (2006) é mostrado a seguir 10 g de mel
devem ser diluídos em 5 ml de H
2
O, com o objetivo
de diminuir a viscosidade e facilitar o manuseio;
* adicionam-se 50 ml de Acetato de Etila e agi-
ta em vórtex por 20 minutos;
* a fase orgânica da solução deve ser sepa-
rada por centrifugação a 25.000 rpm por 10
minutos à temperatura de -10 °C;
* o sobrenadante é então recolhido e a opera-
ção será repetida adicionando-se 40 ml de
Acetato de Etila;
* os extratos combinados e concentrados em
rotaevaporador sob pressão reduzida a 60 °C;
* o solvente remanescente evaporado sob flu-
xo de nitrogênio sendo eluído em conjunto de
cartucho florisil e sulfato de magnésio previa-
mente condicionados com 10 ml de Acetato
de Etila e lavados a seco sob leve fluxo de
Nitrogênio;
* o resíduo obtido será solubilizado em 5 ml de
Acetato de Etila, filtrado em PTFE 0,50 µm e
submetido à etapa de limpeza;
* a limpeza será realizada em um sistema Su-
pelco, usando cartuchos de Florisil, os quais
foram condicionados com aproximadamente
5 ml de acetona;
* a eluição será realizada por gravidade com
duas porções de 10 ml de Hexano/Acetato de
Etila (50:50, v/v);
* o extrato obtido será submetido à concentra-
ção sob fluxo de Nitrogênio, o resíduo solubili-
zado em 1 ml de Acetato de Etila e submetido
à análise por GC/MS;
* a coluna utilizada para as análises, apresen-
tada por Rissato et al. (2006) foi a LM-5 (Sílica
fundida) Metil Silicone com 5% de grupos Fe-
nila (35 m x 0,25 mm d.i., espessura do filme
0,25 µm);
* o gás de arraste deverá ser He, com vazão
constante de 1,0 ml/min, com o seguinte ciclo:
temperatura inicial de 60 °C (1 min), 25 °C/min,