S.W. TIVELLI et al.
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Boletim técnico, 210, IAC, 2011
melhoria do ambiente radicular das plantas e para ganhos de produtividade. A
cultura da beterraba está entre as hortaliças mais sensíveis à acidez do solo.
Assim, os solos em que será cultivada a beterraba devem ser corrigidos, quando
necessário, até obter 80% de saturação por bases, além de um pH
(em água)
em
torno de 6,5.
Dentre os corretivos da acidez do solo, os calcários são mais comuns.
O calcário à disposição dos produtores em cada região pode ser denominado
de calcítico, magnesiano ou dolomítico. Estes recebem essa denominação
em função do teor de óxido de magnésio (MgO). Calcário com menos de 5%
de MgO é denominado calcítico; de 5% a 12% de MgO, denomina-se
magnesiano e acima de 12% de MgO, dolomítico. Os calcários calcinados,
que tanto podem ser calcíticos, magnesianos ou dolomíticos, são produtos
que geralmente possuem ação mais rápida na correção da acidez do solo.
De maneira geral, recomenda-se a aplicação de corretivos de acidez
do solo com PRNT acima de 70% com antecedência de 60 a 90 dias da
semeadura direta ou transplante das mudas de beterraba. É importante que
se realize a incorporação do corretivo até 20 cm de profundidade, para
possibilitar o pleno desenvolvimento das raízes da beterraba. Logo após a
incorporação do calcário, deve haver umidade suficiente no solo para que
haja o início da correção de sua acidez.
Vale ressaltar que o gesso agrícola (sulfato de cálcio bihidratado)
apenas fornece cálcio e enxofre às culturas e arrasta a maiores profundidades
o alumínio trocável do solo, não havendo função de correção do pH do solo.
7. NUTRIÇÃO MINERAL E ADUBAÇÃO
A beterraba desenvolve-se intensamente até os 80 dias após sua
semeadura, e tanto a parte aérea como a raiz continuam a crescer até o fim do
ciclo. A absorção de nutrientes é contínua dos 40 dias até a colheita, com maior
intensidade a partir do 60 dias após a semeadura. Na Horta Experimental da
ESALQ, em Piracicaba, em Latossolo de boa fertilidade, verificou-se que para
uma população de 330.000 plantas por hectare, a cultura da beterraba extraiu:
macronutrientes (em kg por ha): N = 78; P = 18; K = 203; Ca = 20; Mg = 29;
micronutrientes (em g por ha): Cu = 23; Fe = 736; Mn = 584 e Zn = 388. A alta
absorção de potássio pelas plantas de beterraba verificada nesse tipo de solo
deve-se em parte ao “consumo de luxo”, que significa a extração deste nutriente
acima da necessidade nutricional da planta, quando cultivada em solos ricos em
potássio trocável.
Conforme ampla revisão de literatura nacional e internacional, pode-
se citar as seguintes quantidades de nutrientes extraídas pela beterraba