Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção - page 38

Manual de boas práticas na produção de suínos
Capítulo 4
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alcançar peso de abate, espessura de toucinho, carne na carcaça e conversão alimentar, pon-
derado pelo valor econômico de cada uma delas. Cada ponto no TSI representa U$1,00 para
cada 10 animais abatidos filhos desse reprodutor, ou seja U$0,10/por animal abatido acima
ou abaixo da média dos demais reprodutores, devido ao crescimento mais rápido e a melhor
carcaça.
O MLI pondera tanto características paternas quanto maternas pelos seus respecti-
vos valores econômicos, colocando aproximadamente o dobro da ênfase nas característi-
cas reprodutivas do que nas características pós-desmama. Cada ponto no MLI representa
U$1,00 por leitegada produzida para cada filha do reprodutor acima ou abaixo da média do
grupo de contemporâneas. Portanto, um MLI=120 representa que cada leitegada de uma
filha desse reprodutor vale cerca de U$20,00 a mais do que a média das leitegadas das
contemporâneas dessa filha devido ao maior número de leitões na leitegada e leitões mais
pesados à desmama.
Além dos índices de seleção dos animais testados, a experiência do selecionador é fun-
damental para escolher entre os animais de índice mais elevado, aqueles que não apresentam
defeitos de aprumos, pés, conformação, número e qualidade das tetas funcionais segundo a
finalidade de uso. Os demais defeitos são eliminados ao sair da fase de creche e já não mais
aparecem nos animais testados.
Cada reprodutor listado no sumário de reprodutores traz os três índices para informar se
ele é melhor como pai de porca, pai de cachaço terminal ou para o uso na linha pura. Agrega
também os valores genéticos (DEPs) para cada característica separadamente para facilitar a
escolha para as características que o produtor quer melhorar com maior ênfase.
Para aquisição de material genético, o produtor deve pesquisar por animais com registro
genealógico, com informação genética confiável, se possível com os índices SPI, TSI e MLI, já
que tais indicadores funcionam como uma escala dando a referência inicial e permitindo o mo-
nitoramento do ganho genético do rebanho a cada geração.
A qualidade genética dos reprodutores de um sistema de produção é considerada a base
tecnológica de sustentação de sua produção. Portanto, de nada adianta fornecer o melhor
ambiente possível para um animal se este não tiver potencial genético para se beneficiar dos
aspectos positivos do meio no qual é criado.
4.1. Principais linhagens
Atualmente, é baixa a presença de linhagens puras nas granjas produtoras de suínos
para o abate. O melhoramento genético é realizado por empresas especializadas em selecio-
nar e manter nos plantéis as principais características desejáveis. Essas empresas importam
constantemente material de outros países que se destacam no cenário mundial de produção
de suínos e incorporam essas características de alto valor ao plantel brasileiro.
As principais raças utilizadas na suinocultura brasileira, dispostas no quadro abaixo (figu-
ras 1 a 4), são distribuídas em diferentes percentuais nos cruzamentos de machos e fêmeas
dentro de cada genética disponível no país.
Nas linhagens maternas, normalmente as duas raças utilizadas são a Landrace e a Large
White, por suas características de prolificidade (grande número de leitões nascidos), habilidade
materna (docilidade, produção de leite, facilidade de parto) e comprimento (espaçamento uteri-
no). As linhas fêmeas são desenvolvidas para produzir matrizes com capacidade de desmamar
grande número de leitões por parto e por ano.
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