Beterraba: do plantio à comercialização
27
Boletim técnico, 210, IAC, 2011
Em plantas infectadas por nematóides do gênero
Meloidogyne
ocorrem
diferentes sintomas, como redução no crescimento, amarelecimento e murcha
nas horas mais quentes do dia. Contudo, os sintomas característicos da doença
são observados nas raízes onde se tem a formação de galhas. Quando a
população de nematóides está alta, a raiz tuberosa pode apresentar essas
galhas, comumente chamadas de “pipoca”.
O ataque de nematoides do gênero
Meloidogyne
é favorecido por
temperaturas entre 23-30
o
C, solos de textura arenosa e ausência de rotação
de cultura.
As medidas de controle devem ser adotadas preventivamente, pois
geralmente pouco poderá ser feito na mesma estação de cultivo. Neste contexto,
recomenda-se a rotação de cultura com a inclusão da adubação verde com
crotalária e evitar o trânsito de máquinas agrícolas e pessoas em áreas
infestadas. Outra medida alternativa para reduzir a população de nematóides
na área é a utilização de compostos orgânicos com o intuito de fertilizar a
cultura e aumentar a população microbiana do solo.
Até abril de 2011, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento -
MAPA - não possuía nenhum nematicida registrado para a cultura da beterraba.
Por esse motivo, o controle químico dessa doença não pode ser recomendado.
Podridão Branca ou Podridão de Sclerotium
(
Sclerotium rolfsii
Sacc)
Doença de ocorrência esporádica na maioria das lavouras, mas que
em algumas áreas pode ocasionar perdas, notadamente em solos muito
cultivados, compactados e com baixo teor de matéria orgânica. A temperatura
ideal está na faixa de 23 a 30
o
C.
O
Scleorotium rolfssi
pode causar o tombamento de mudas na
sementeira assim como de plantas adultas no campo. Os sintomas
característicos são a murcha das plantas, principalmente nas horas mais
quentes do dia e a podridão de raízes. Observa-se também escurecimento na
região do colo da planta e a formação de micélio branco de aspecto cotonoso
nas regiões atacadas e na superfície do solo. Com o desenvolvimento da
doença observa-se a formação de escleródios, que são estruturas esféricas
de aproximadamente 2 mm de diâmetro, rígidas, inicialmente de coloração
branca e que, posteriormente, tornam-se marrons. Geralmente, a doença ocorre
em reboleiras no campo.
O fungo sobrevive no solo por meio de escleródios por vários anos e
saprofiticamente em restos de culturas em decomposição. Além das medidas
preventivas relacionadas anteriormente para outras doenças, no caso do
Scleorotium rolfssi
pode-se promover uma aração profunda.