de bagaço de uva, que era plantada
em várias regiões do Brasil e usada na
produção do tradicional vinho de uva,
ou para destilar o vinho da terra.
Assim como não sabemos exata-
mente onde e quando a cachaça sur-
giu, existem controvérsias quanto ao
surgimento de seu nome. Há várias
versões para a origem da palavra
ca-
chaça
. Uma delas aponta em direção
ao termo espanhol
cachaza
, que de-
signava um tipo de vinho barato muito
consumido em Portugal e Espanha ou
cagaça
, como era conhecida a borra
do açúcar ou os resíduos dos enge-
nhos aqui instalados. Outra hipótese
considera que possa ter vindo do ter-
mo que designava a fêmea do
cachaço, um porco selvagem cujas
carnes duras eram amaciadas com a
aguardente.
No início a cachaça era considera-
da produto secundário da indústria
açucareira. Porém, mais barata e
abundante que as bebidas portugue-
sas, a cachaça passou a atrair muitos
consumidores e os engenhos passa-
ram a valorizar mais sua produção do
que a do açúcar.
A crescente importância econômica
da cachaça para o Brasil levou a corte
buscar meios de impor seus interesses
pela força, proibindo a produção e o co-
mércio da bebida em seus territórios co-
loniais. A partir daí, a aguardente pas-
sou a ser uma mercadoria de grande
importância para o comércio externo.
No tempo da transmigração da Cor-
te Portuguesa para o Rio de Janeiro,
em 1808, a cachaça já era considera-
da um dos principais produtos da eco-
nomia e moeda corrente para a com-
pra de escravos na África. Em 1819,
já se podia dizer que a cachaça era a
bebida do país. Tornou-se a bebida dos
brasileiros e foi empregada como ins-
trumento de resistência nacional con-
tra a colonização e o imperialismo por-
tuguês. “Ela foi, por exemplo, a bebida
da Revolução Pernambucana e da In-
confidência Mineira, contra o vinho
importado da Europa”.
Ao longo dos anos, as técnicas de
produção de cachaça se beneficiaram
com os avanços tecnológicos. Cada
vez mais a cachaça ganha espaço em
bares e restaurantes do país, deixan-
do para trás o mau costume de que
essa bebida é pouco nobre. Segundo
dados da Associação Brasileira de
Bebidas (ABRABE), no ano de 1970 a
média anual de consumo de cachaça
por habitante, no Brasil, era de 4,4 li-
tros. Em 1995, já eram consumidos,
em média 8,7 litros e, atualmente o
consumo é próximo de 11 litros por
habitante.
Hoje o Brasil produz oficialmente 1,7
bilhão de litros por ano. Algo próximo
de 1,0 bilhão de litros são provenien-
tes da fabricação industrial e o restan-
te produzidos em alambiques.
Produção de cachaça de qualidade
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