Produção de cachaça de qualidade
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Figura 15. Caixa coletora de destilado
A fração “cauda”, também chamada
de “água fraca”, corresponde aproxi-
madamente a 3,0% do volume total do
vinho. O ponto final da destilação ocorre
quando o teor alcoólico do destilado atin-
ge o limite de 14% (v/v), correspondente
a 15% do volume total do destilado. A
partir daí, o recolhimento do álcool torna
inviável economicamente, e o restante
que sobra na panela é considerado
vinhoto. Alguns produtores nem chegam
a destilar a “cauda”, incorporam direta-
mente no vinhoto.
As frações “cabeça” e “cauda” não
devem ser usadas no processo de pro-
dução de cachaça, por apresentarem
compostos indesejáveis, que depreciam
a qualidade final do produto, além de
André Ricardo Alcarde
proporcionar ao consumidor à famosa
“ressaca”. Por isso, condena-se o en-
riquecimento do vinho com esses
produtos, e a sua mistura para produ-
ção de uma bebida de segunda linha.
O álcool contido nestas frações pode
ser usado para produção de álcool
combustível, por meio de uma coluna
de destilação (Figura 16). Existe, tam-
bém, a opção de produzir álcool gel
com estes resíduos.
A medida do teor de álcool é reali-
zada com o alcoômetro, em % (v/v)
a 20
o
C, que é a unidade utilizada pela
Figura 16. Coluna de destilação para produção
de álcool carburante
Gerhard Waller
aproximadamente 80% do total do des-
tilado. O limite de recolhimento desta fra-
ção é determinado quando o teor alcoó-
lico do destilado atinge entre 38%a 40%
(v/v). Geralmente, quando a graduação
alcoólica fica abaixo de 38% (v/v), sua
aparência começa a ficar turva e, por-
tanto, indesejável para a bebida.