Vale doSãoFrancisco
Caracteriza-se como a principal re-
gião vitivinícola tropical brasileira, com
cerca de 10.500 hectares de vinhe-
dos, distribuídos nos Estados de
Pernambuco e Bahia. Neste local, o
produtor aproveita o clima seco do
nordeste, com sol abundante, escas-
sez de chuvas e com grandes diferen-
ças de temperatura entre o dia e a
noite. Os vinhedos são irrigados de
forma controlada para obter mais de
uma safra por ano. A viticultura do
semi-árido tropical possui capacida-
de produtiva das videiras determina-
da pelo manejo local. As videiras ge-
ram duas safras por ano, em ciclos de
120 a 130 dias. O período de repouso
das vinhas é induzido pela irrigação
artificial e dura de 30 a 60 dias. O
solo, irrigado com água do rio São
Francisco, apresenta o benefício da
presença de depósitos de sedimen-
tos rochosos. A grande insolação
produz uvas com alta concentração
de açúcar, resultando em vinhos com
relativo alto teor alcoólico e bastan-
te frutados.
A estrutura produtiva da região com-
põe-se de pequenos produtores, vin-
culados aos projetos de colonização
e associados em cooperativas, e de
médios e grandes produtores que
atuam em escala empresarial. Cerca de
95% da área plantada com vinhedos
destina-se à produção de uvas de mesa
objetivando, principalmente, a exporta-
ção. A produção de vinhos concentra-
se no cultivo de castas de
Vitis vinifera
,
com destaque para as cultivares Syrah,
Cabernet Sauvignon e Ruby Cabernet,
entre as tintas, e Moscato Canelli e
Chenin Blanc, entre as brancas.
Atualmente estima-se a existência
de uma área de 500 hectares de
parreirais que dão origem a aproxi-
madamente, 7 milhões de litros de vi-
nho/ano, sendo 80% de vinho tinto e
20% de branco.
No Estado de São Paulo, produto-
res estão dispostos a resgatar a cultu-
ra da produção de uvas e vinhos, por
meio de investimentos e ações coo-
perativas de órgãos agrícolas para a
qualificação dos vinhos paulistas. O
interesse proporciona a união de três
áreas do conhecimento para definir as
melhores zonas paulistas para o cul-
tivo de uva. Entre algumas áreas
paulistas de destaque para a cadeia
vitivinícola, destacam-se Campinas,
Campos de Jordão, Ilha Solteira e
Jales. Porém, quando intenciona-se
produzir vinhos finos, é preciso que
os produtores invistam na substituição
da variedade de uva americanas (
Vitis
labrusca
) para as variedades euro-
SãoPaulo
Produção de vinho de qualidade
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cultivares americanas e híbridas para
vinhos de mesa.